PASSAGEIRO DA SAUDADE
Viajando pelo tempo...
Passageiro da saudade,
Trás na mente as lembranças,
Que já foi realidade.
Aquela velha casinha
Onde com ela, morava,
Era o santuário do amor
Que prá ela dedicava.
Vida simples, mas feliz,
Onde um grande amor reinava.
Lá, o verde da campina,
Contrastava com o sol
Que de manhã raiava.
O canto do sabiá...
Quanta alegria lhes dava.
Era um canto um pouco triste,
Ainda assim mesmo, os alegrava.
Quanto chegava à tardinha,
Ele e a bela cabocla
Sentavam na beira do rio.
Abraçados contemplavam,
O entardecer tão lindo!
Parecia uma pintura
Emoldurada num quadro
Que a “artista”, na sua realeza
No crepúsculo pintava.
E seus olhos, encantados,
Miravam tanta beleza...
Capricho da Natureza!
Agora, seus olhos choram,
Sua cabocla se foi...
Viajou prá eternidade.
O ranchinho se acabou,
O riozinho secou, e o sabiá calou.
Hoje, contempla o entardecer,
Sem beleza e com tristeza;
O verde da campina se transformou,
Numa cor amarelada.
Terra bruta se tornou,
A secura ali ficou
Entre a mata devastada.
E as lembranças também...
Entre as cinzas da queimada,
Seguem viagem... No tempo!
O passageiro da saudade...
06-09-2010