Minha Brasilândia de Criança
Ah Brasilândia...
Negrinha de tranças,
Branquinha de olhos azuis e
Moleques empinando pipas
Povo bem proletário
Lavadeira, doméstica e operário
Acorda trabalho, levanta trabalho, se arruma trabalho
Respira trabalho... Pão com manteiga na mesa!
[correnteza],
De ônibus lotados de gente
E de motoristas solitários em carros próprios pagos à prestação.
De ambulantes madrugadores
E de estudantes andarilhos em procissão
Ah Brasilândia
Dos tempos primeiros
As ruazinhas indecisas
Donde vem, pra onde vão?
Os campinhos de terra do Jd. Princesa,
Onde estão?
A arvore de amora que fim teve?
Quanta alegria deu!
Sou hoje mais do que antes um filho teu!
Infância pobre, vida simples...
Pipa no alto, pião no chão, a boca cheia de palavras
e o estomago vazio
Sou hoje mais do que antes um crioulo teu!
Filho de um vendedor de doces e uma costureirinha da Lapa
Brasilândia, Brasilândia, Brasilândia...
Que ao menos o nome permaneça
Se não em placas,
Em minhas lembranças de criança