Minha Brasilândia de Criança

Ah Brasilândia...

Negrinha de tranças,

Branquinha de olhos azuis e

Moleques empinando pipas

Povo bem proletário

Lavadeira, doméstica e operário

Acorda trabalho, levanta trabalho, se arruma trabalho

Respira trabalho... Pão com manteiga na mesa!

[correnteza],

De ônibus lotados de gente

E de motoristas solitários em carros próprios pagos à prestação.

De ambulantes madrugadores

E de estudantes andarilhos em procissão

Ah Brasilândia

Dos tempos primeiros

As ruazinhas indecisas

Donde vem, pra onde vão?

Os campinhos de terra do Jd. Princesa,

Onde estão?

A arvore de amora que fim teve?

Quanta alegria deu!

Sou hoje mais do que antes um filho teu!

Infância pobre, vida simples...

Pipa no alto, pião no chão, a boca cheia de palavras

e o estomago vazio

Sou hoje mais do que antes um crioulo teu!

Filho de um vendedor de doces e uma costureirinha da Lapa

Brasilândia, Brasilândia, Brasilândia...

Que ao menos o nome permaneça

Se não em placas,

Em minhas lembranças de criança

Geremias Costa
Enviado por Geremias Costa em 10/09/2010
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2490609
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.