NA JANELA

NA JANELA

Paulo Gondim

07/09/2010

Foi assim que eu vi

Da janela, escondido, de minha varanda

Seu vulto passar, como passam as nuvens

Num vento suave, assim lentamente

Deixando a saudade bem dentro da gente

Eu não tive coragem e nessa viagem

Que não tinha volta e agora na porta

Uma voz me chama

Não era ninguém, apenas um sonho

E a pensar me ponho se vou ou se fico

E naquela janela, em que se via o mundo

E ali perdido, igual vagabundo

Olhando, escondido, a rua deserta

Sentia que a rua já não era a mesma

Sem ver o seu vulto que já se perdeu

Foi tudo miragem e sua imagem

Agora num quadro da velha parede

De minha saudade eu fico a olhar

E volto à janela de novo pra ver,

Na minha lembrança, o meu bem-querer

Na rua deserta, por ali passar.

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 07/09/2010
Código do texto: T2484704
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.