ERMÉTICO

Envelhecida flor é o encanto de teus olhos,

opõe - se em guardá - la enquanto

embevecido afaga -lhe a pétala ressequida.

Sorve uma fragrancia que o cérebro conserva,

macula de lágrima os olhos quando na lembrança

incomensurável cena é revivida.

Ao vislumbrar na flor a idade ainda jovem,

astuto stopim furtou-a de jardim florido.

Guardou - a com carinho para sua amada,

mulher dos sonhos de incauto ser menino...

Ao avistar de longe sua fada,

ser angelical que tando adorou,

estava esbelta deusa ao lado de

outro homem e no ofegante

peito recolheu querida flor.

Sob sete chaves ocultou o seu segredo,

como primeira marca de constante dor...

Sempre que pode vive seu degredo

mirando a foto revendo o filme inteiro,

Buscando em cada gesto o que passou.

Envolto na sublime pureza de garoto,

revira no passado infinito clamor...

Iniquo fora não desvendando a realidade,

que expõe o ser às vezes em aflição.

E no indomavel anseio daquela mocidade,

Fechou para sempre o solitário coração.

CRS. 06.09.2010

TEACHER
Enviado por TEACHER em 06/09/2010
Reeditado em 22/03/2015
Código do texto: T2481441
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