QUE SAUDADE....
Que saudade dos tempos idos,
Que saudade do jardim florido,
Quando eu desconhecia os espinhos;
Que saudade quando, eu inda criança,
Recebia de minha mãezinha, de trança,
Os mais calorosos carinhos.
Que saudade da chuva, entre raios de sol,
E da correnteza entre as covas do terreiro,
A afugentar o cachorro bravio;
Que saudade do barquinho de papel,
Quando eu o colocava na correnteza,
A imaginar o mais fascinante navio.
Que saudade daquilo que fui um dia,
Quando eu alegre, sorria,
Por pouco, ou quase nada;
Do carrinho, com rodas de carretel,
Que saudade do barquinho de papel,
...Meu navio na enxurrada!
Que saudade desse tempo tão florido,
Onde a vida é um jardim,
A perfumar a mais linda idade;
...Desse tempo que não mais volta,
E, pelo qual um suspiro a gente solta,
Ah! Meu Deus! Que saudade!