Meu velho pai que saudades
Eu ainda o vejo sentado à cama
Falando-me com sua voz doce
E me dando conselhos sobre a vida e o que ela me aguarda
Me enssinando a viver a vida como ela é
Eu ainda me recordo de como suas mãos enrugadas muitas das vezes
ao me bater, doia mais em si mesmo do que em mim...
E olha que das vezes que tentou me corrigir,
Uma era em mim e a outra era nele mesmo
Este fora meu velho pai
Que se foi à quatorze anos
E a vida se passou e hoje eu sou pai
E muitas das vezes me doi ter que dar uma chinelada
Mas aprendi muitas coisas com ele
Me formei um homem com seus erros
E aprendi a caminhar com seus acertos
Em seus erros aprendi que não deveria caminhar pelos mesmos erros dele
Em seus acertos aprendi a viver e respeitar a vida do jeito que ela é
Meu pai sempre foi guerreiro
Me recordo de como era ter que caminhar com ele dez ou quinze quilometros, e muitas das vezes ter que retornar estes mesmo dez ou quinze pela tarde para encontrar com ele, eram uma vigem cansativa para mim que era novo...
Mas valeu a pena
pois momentos bons ficaram
Seu cantinho lá do Jardin Ryuce ainda me recordo
É o mesmo de sempre
Uma escola de um lado rua
Outra escola lá dom outra lado
E ele ali
Sentado em um banquinho
Seu carrinho feito com rodinhas de carrinho de feira
E tábuas de caixote de laranja
Meu pai sempre foi guerreiro
Tenho saudades do meu velho
O adeu o dei muito triste
E uma lagrima caiu antes de partir
O vi em uma pedra fria, e ele coberto com um pano fino
Era ele naqual tarde de quarta feira
27 de março de mil novecentos e noventa e seis
e o tempo passou
Como me faz falta meu velho pai.