Infância

Vasto mundo...

Parecia-me tão imenso,

Que me cingia na mente,

Como resolutas colunas de mármore.

Símiles janelas de minha alma;

Em suas cortinas; singelas...

A visão opaca da minúscula maquete.

Retângulos, sublime templo.

Julgava um imenso mar

Lépidas veias jaziam em meu espírito

Em sonhos e devaneios.

E neste encanto pueril

Onde andorinhas vestiam-se de gaivotas

Pairando no ar como plumas errantes.

O céu utópico e cristalino

Tingido de imagens insólitas.

Oh tempo!

Em areias ladrilhadas

Uni os laços da história construída

Para trás deixaste o infantil sorriso.

Marcado por fidelidades invisíveis

Aos olhos maquinais.

Em face à esquiva sensação.

Em correntezas fatigantes,

Incontroláveis lágrimas.

Desvelei os segredos prometidos ao coração,

Enquanto resgatava as memórias

Outrora ocultadas na canastra fantástica do artista.

Inclinada nas agrestes lembranças...

Gabriella Leite
Enviado por Gabriella Leite em 22/08/2010
Código do texto: T2452200
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.