Infância
Vasto mundo...
Parecia-me tão imenso,
Que me cingia na mente,
Como resolutas colunas de mármore.
Símiles janelas de minha alma;
Em suas cortinas; singelas...
A visão opaca da minúscula maquete.
Retângulos, sublime templo.
Julgava um imenso mar
Lépidas veias jaziam em meu espírito
Em sonhos e devaneios.
E neste encanto pueril
Onde andorinhas vestiam-se de gaivotas
Pairando no ar como plumas errantes.
O céu utópico e cristalino
Tingido de imagens insólitas.
Oh tempo!
Em areias ladrilhadas
Uni os laços da história construída
Para trás deixaste o infantil sorriso.
Marcado por fidelidades invisíveis
Aos olhos maquinais.
Em face à esquiva sensação.
Em correntezas fatigantes,
Incontroláveis lágrimas.
Desvelei os segredos prometidos ao coração,
Enquanto resgatava as memórias
Outrora ocultadas na canastra fantástica do artista.
Inclinada nas agrestes lembranças...