E assim é.
Tantas coisas eu diria hoje
Ao tocar o seu rosto,
Mas minhas mãos perderam o jeito de fazer carícias
E meus lábios sem os seus mordem palavras (engasgadas)
No tudo que não fomos
Além de amantes sem chances na prateleira dos meus pensamentos
E agora para sacanear tem este vazio a guardar a palavra amor
No tabuleiro em que coleciono lágrimas – (e) dói
Está escuro
E eu queria dizer das vontades das suas mãos,
Dos delírios dos nossos corpos comestíveis olhares de nossa tara
Quarto
Anseio nu
Na janela do tempo a deitar saudade
De onde vaza qualquer melancolia nos meandros solitários da noite fria
E eu inexisto felicidade
Sem poder fazer do seu sorriso orgástico minha bebida
Faz um tempo qualquer em minha vida
Estação a qual não conheço ou sinto
E eu só queria uma lua distante
(para enfeitar seus olhos) sem que notasse nuvens carregadas
A gritarem em meu peito
Denunciando o estado de sofrimento
De quem ama sufocado.
Eliane Alcântara.
19/09/06.
18h e 39 min