Fim de Tarde
Vou rasgando esta tarde que expira
E não entendo mais nada
Desde que você se ausentou.
Meus versos não fazem sentido,
Os pássaros estão silentes,
Até as maitacas mudaram sua rota
E não passam mais por aqui...
Você as levou?
Será que ainda sei sentir saudade?
Ou levaram-me a vontade?
Longe de todos espero pelo vento
E sei que ele vai zunir.
Não, isto não vai mudar.
A natureza tem vontade de me ver chorar.
O campanário adiantou-se.
Espremi em meu peito cinco badaladas,
Mas os olhos ficaram secos.
É, talvez estejam mesmo à espera do vento,
que levará minhas lágrimas
Para aquecê-las em qualquer raio de luar.
Sabe as coisas de que gostávamos,
Da vida que sonhamos para nós,
Ela que revelou para minha alma
A lindeza que é você,
O momento-blues de nós dois,
De olhos fechados, peito ofegante
E o hálito doce feito cassis,
FIM!
SIM!
Ah, sangrento crepúsculo,
De nada mais sei,
Mas implorarei:
Tende piedade de mim!