Argamassa da vida

Hoje entendi que saudade não se define!
Sempre soube que doía uma despedida,
cada uma delas, na justa medida!

Mas não há medida justa para sentimentos,
cada um tem seu peso,
desespero e destempero.

Seu rastro é profundo, inevitável,
a marca deixada: indelével
todas têm seu mistério!

Meu coração tantas vezes trincado,
mais que machucado, aos pedaços,
tenta se recompor.

A cola, a vida oferece:
sempre em forma de prece
argamassa onde entra o amor.

Cada lágrima rolada
sedimenta a virada
cujas pás são as mãos do Senhor!

rogoldoni
10 10 2009
para minha mãe que partiu nesta data


Publicado na Antologia Poemas à Flor da Pele, volume 4
Editora Somar, Porto Alegre
página 354
Rosângela de Souza Goldoni
Enviado por Rosângela de Souza Goldoni em 12/08/2010
Reeditado em 11/08/2012
Código do texto: T2432908
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