De Vitória ao Rio
“Uma viagem, um pensamento, uma saudade,
uma lembrança, um repente da vida”
Como é difícil expressar;
A solidão elégica do dia-a-dia;
As aventuras do seu próprio eu,
Que na vida marca e irradia.
Os momentos perseguidos,
Pelas legiões do olvido,
Por não haver companhia,
Ou talvez um único ouvido,
Com quem possa conversar,
Sobre esse mundo social de risco,
Ou dialogar, se abrir, desabafar,
Acerca da procura de um colo amigo.
Peço, pois, atenção,
A mensagem que será dita,
Em breve passagem de emoção,
Poética, que meu peito abriga!
A vocês que me escutam, então,
Agradeço! – A oportunidade,
De poder explanar o que sinto
Por tudo, é felicidade.
Começo, em ventura, nesse enleio, dizer que:
Vivo atualmente em dois belos lugares,
Onde em grandeza um cobre o outro,
Porém em natural beleza são pares,
Pois ambos são ricas cidades-porto.
Tal vivência explico sorrindo,
Descrevendo lembranças e paisagens,
Desse trajeto que me vejo, indo e vindo,
Toda semana, acumulando viagens.
Esse percurso tão bonito, revelo:
Reúne vistas como o Frade e a Freira,
E o contato com o campo singelo;
No lapso de tempo dos dias de feira.
De tudo um pouco observo,
Como a Mata Atlântica que se dissipa,
Pelas mãos do homem, deixando desertos,
E a fauna dessa, que com o próprio conflita.
Mas de tristeza não quero tecer,
Meu enxoval por esses cotidianos,
Que representam todo o meu viver,
Nesse período de amores urbanos.
Assim, suscito meus soberbos prazeres,
Que tive e tenho por esses cantos,
Nas serras pitorescas de muitos viveres,
Onde o orvalho cai como pranto.
Poço, então, dizer que sinto saudades,
Tanto de Vitória meu berço, criança!
Quanto do Rio, fonte das felicidades
Desse poeta que busca esperança!
Para tanto resta inúmeras palavras,
Que querem dizer, ainda, tantas coisas,
Que ficaram pendentes nessa lavra,
A narrar visões e quereres de uma pessoa.
Sintetizo, pois, nos últimos versos,
A virtude de respirar por esses flancos,
De um país de costumes diversos
Que é o Brasil, minha nação, meu recanto!
Digo: - Que lindo, que maravilhoso, que é!
Poder admirar o recamar da tarde,
Na Pedra da Cebola, e na natureza ter fé,
E ver o nascer do Sol que por cá nos céus arde;
E que por lá é febre nas areias da praia,
Quando caminho na musa Ipanema,
Carioca, sapeca, mar de saias!
Inspiração de muitos em música e poema.
Todavia, não esqueço de mencionar:
A alegria de ser recibo pelo Corcovado;
As noites do Pão de Açúcar a ver o luar;
Locais de um Rio por Deus abençoado.