Como navalha
Que corta
Como agulha
Que fura
Como ferida
Que dói
Como alma
Que chora
Como espírito
Quer cura
Vivo Minha
Loucura
Perdida no dia
Esquecida na noite
Perambulando
Entre seus sonhos
Causando-te o abandono
Lutando, chorando, implorado
Vivendo, errando, escondendo
No fundo da gruta
Onde ninguém me escuta
Vivo a minha angustia
E busco a tua cura
Na minha ferida
Na alma perdida
Nos passos vacilantes
Te encontro agonizante
E me sinto o pior
Dos monstros
Onde enterrei
Tua alegria
Com que asas
Mandei-te pra longe de mim
O que fiz com tudo que queríamos
Agora me encontro assim
Você daí eu daqui
Sem respostas
E nem ao menos perguntas
Habita entre eu e você
Algo inacabado
Sem permissão pra ir
Sem saber como agir
Pra que vou fingir
Se a verdade é dura
E o que sinto
E o que vejo
Não irei mentir
Deixei você ir
Mas te quero aqui
Não posso querer
Fiz minha escolha
Estou em outra
Cabeça dura não quer
Entender
Pra quer fazer
Tudo se torne mais difícil
Pra quer alimentar
Se não acredito
Que vás mudar
Então...
O que faço
Diga-me
Onde quer que
Esteja
Diga-me
Que acabou
Que preciso esquecer
Que tudo desandou
Quando te abandonei
E em você
Não mais confie
Arranquei-o
Do meu laço
Desistir do teu abraço
E fito
Nas estrelas
Tua lembrança
Que de quando em quando
Atormenta
A minha esperança
E grito
Louca
Faz
De mim
Tua menina
De Novo