....sem aceno
Hoje
como um grito à saudade
fico muda e olhar desnudo,
gotas de imensidão doloridas
perdi o que não ganhei.
Guardadas imagens poucas
sonoramente embalsamadas,
raros beijos de brisa
que nunca nos lábios tocaram.
Sopraste em meus ouvidos
os claros momentos de vida
que ousei viver sem tê-lo
perto de meu olhar.
Saudade sem direção
escondeste o respiro
sem ao menos um aceno,
um homem, uma canoa;
um coração,
em alguma terceira margem
nenhuma imagem;
apenas ficaste
em meu versejar.