Estação das chuvas
Dia plúmbeo,
Vento minuano.
O frio gela a alma,
Chuva em telhado de zinco,
Pássaros perdidos dos ninhos.
Na rua, o burburinho.
Concerto dos córregos,
Em terra de chão batido.
A vegetação se aquieta, muda...
O vento chega forte, altaneiro.
O verde encolhe-se, sacudida,
Empalidece.
Não para essa chuva,
Punhais que sangram.
As mazelas do mundo.
Segredos em portas fechadas.
Céu escuro,
Julho que chora.
Mundo desértico,
Cárcere traiçoeiro.
Amor que fenece
Em castelos de gelo.
A natureza despida,
O inverno castiga,
Enigma que não se explica,
Saudades que desatina.
19/07/10