O frio

Abriram-se os mares da paixão e do amor.

Cederam-nos as portas, as passagens, o calor.

Fundiram-se as flores à verdade, ao sabor.

Romperam-se as trevas da ruindade, do temor.

E tudo estava claro quando ouvi o teu sussurro

Sob a plácida ternura solfejada em meu ouvido.

Por mais que os nossos dias se rendessem ao escuro,

Tu me acostumaste ao teu encanto, ao teu carinho.

Agora repousado, enjoado de meus aposentos,

Preciso da renovação que sugeria um advento

E como sinto falta da tua boca em minha noite

Como sinto dores nos meus dias de açoite.

Ah! Eu sou marcado pelas dores do luar...

Ah! Sou massacrado pelas conchas do teu mar

Que não me deixam lutar contra o frio da tua ausência

Contra a chuva, a independência de uma certa dependência...

Ah, minha donzela! Minha clássica donzela,

Martelaram meu coração contra a corrente dos mistérios,

Reduziram meu perdão às minhas súplicas sinceras

E coroaram meu refrão ao som dos cânticos imersos.

Caio Trova
Enviado por Caio Trova em 18/07/2010
Código do texto: T2384334
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