ENTRE IPÊS E LEMBRANÇAS
Arremesso longe os sapatos
Piso a terra com cheiro de mato
Tateando com os pés descalços
Na alcatifa de folhas e ramos
Esparramada, dou-me ao chão
Refastelo-me à boa sombra
Da frondosa árvore amarela
De tronco abraçado de galhos
De flores de ouro tingidas
Extasio-me da beleza ímpar
Do tempo e hora dos ipês
Despenca do alto uma flor
Adornando-me os cabelos
Lembro-me daquela menina
Dos cabelos com laços de fita
Vestida dessas lembranças
Dispo-me do cruel tempo
Resgato-me na minha infância