Inocência
Ouço ao longe um riso de criança.
Um som tão puro
como a voz da verdade e da esperança
a nos fazer acreditar que ainda há futuro
e reduzindo toda angústia e medo
ao receio infantil que há na lembrança:
o de dormir no escuro.
Ouço perto um riso de criança.
Um som que enfim
voa pelo espaço e logo alcança
o que ainda resta de criança em mim,
lembrando que na vida, desde cedo,
e à medida que o tempo avança,
o melhor é poder sorrir assim.
Ouço um riso inocente de criança
e a escutar esse riso me demoro,
pois a paz que ele tem, serena e mansa,
parece perguntar por que eu choro.