LENTO ABANDONO




Hoje acordei com uma dor fina no peito
Como aquelas que a saudade causa em nós.
Tentei orar, mas o pensamento também estava com dor
Como daquelas que de tão forte faz-nos perder o fôlego.
Então, ajoelhei...
Não tinha palavras...
Houve um bloqueio cerebral.
A tristeza que me consumia...
A amargura me assumia...Não queria me deixar.
Não pude nem se quer gritar.
Emudecida, resolvi encostar a cabeça na cama.
E continuei ajoelhada...Sempre acreditei no poder da oração.
Mas, eu não...Não conseguia orar.
Era mais forte o sentimento...
Não, não, não aceitava o lento abandono.
O abandono dói, principalmente, quando não declarado;
Repentino e malvado.