Alento

É alento, acalanto, lamento lento:

naquele espelho há marcas de saudade

até de momentos nem tão doces assim,

pois que esses sempre são menos... poucos... parcos.

A alegria é sovina.

Aproveito a solidão do alto da montanha ainda verde

Para colher-lhe , das folhas,

a cintilância surpreendente e extasiante

de, talvez, um dos últimos momentos de esperança

de quem passa pela vida assim tão depressa, tão atenta e circunspecta.

Amor é um iposto a ser pago pelo caminho

porque sempre amamos mais do que a herança .

Hoje o velho luar faz um misterioso lume,

parece quere novidade. Não há,

Mas há incerteza, açoite, natureza, noite

Essas coisas que, se misturadas, resultam perfume

e, por que não dizer,

pequeninas rimas.

Flávia Melo
Enviado por Flávia Melo em 30/06/2010
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