Alento
É alento, acalanto, lamento lento:
naquele espelho há marcas de saudade
até de momentos nem tão doces assim,
pois que esses sempre são menos... poucos... parcos.
A alegria é sovina.
Aproveito a solidão do alto da montanha ainda verde
Para colher-lhe , das folhas,
a cintilância surpreendente e extasiante
de, talvez, um dos últimos momentos de esperança
de quem passa pela vida assim tão depressa, tão atenta e circunspecta.
Amor é um iposto a ser pago pelo caminho
porque sempre amamos mais do que a herança .
Hoje o velho luar faz um misterioso lume,
parece quere novidade. Não há,
Mas há incerteza, açoite, natureza, noite
Essas coisas que, se misturadas, resultam perfume
e, por que não dizer,
pequeninas rimas.