CORAÇÃO EM CHAMAS
(Sócrates Di Lima)
Acendi o pavio do meu coração,
Deixei-o se incendiar.,
Fogo ardente da tentação,
De queimar de saudade sem chorar.
Ateei fogo em meu coração,
Sem chance de apagá-lo.,
Queima em labaredas na escuridão,
Para ao depois renová-lo.
Estava repleto de amor a transbordar,
Semeado, cultivado e revigorado.,
Amor que jamais haverá de recomeçar,
Já viveu o bastante para não ser superado.
Ah! Que amor, que sonhos em flores,
Vividos cada canto no seu explendor.,
Amor que sobrepôs a todos os amores,
Que porventura tenha sido percursor.
Não me arrependo de amar tanto assim,
Aprendi que não há tempo para amar.,
O amor que transborda em mim,
Nestas chamas que tão logo não vai se apagar.
Incendiado que meu coração está,
Deixo-o até ás cinzas queimar.,
Não será Fênix, pois, nem o pó deixará,
Para os ventos do Norte carregar.
E porque deixo meu coração queimar!
Porque a saudade intensa e há de se aguentar.,
Transpassa minha vontade de me guardar,
E por isto, deixo meu coração em chamas a se queimar.