SOMBRAS E SOBRAS DE MIM
(Sócrates Di Lima)


Nas sombras das flores em meu jardim,
Um olhar de girassol que nunca vi,
E na folhagem da minha alma, nada sobrou de mim,
Tudo sobrou de ti.

De mim em ti, sobrou a vontade,
Sobrou aquilo que ainda não fiz.,
Um mundo de saudade,
Que invade o espaço que eu  nunca quis.

De  ti em mim, sobrou os medos,
Sobrou uma estrela brilhando em minha mão.,
Sobrou o alcance da luz dos meus segredos,
Que esvaziou meu coração.

Nas sombras das minhas sobras,
Sobrou uma pontinha de tristeza no coração.,
E antes que ela me faça em dobras,
Recolho-me nas  sobras da minha imaginação.

E quando olho a Lua se espalhar na calçada,
Uma noite vazia escurece minha visão.,
A saudade da minha amada,
Sobra por demais no meu coração.

Ah! Quando amanhece o dia.
Eu busco e me abro na minha alegria.,
DE sentir saudade por demasia,
Por  derramar-me nas lembranças que meu coração sentia.

Lembranças de sentarmos ao beiral de uma mureta,
E ao meio da noite olhar a Lua em prata.,
Estrelas figurantes como sobras de um cometa,
Coadjuvantes da chuva de prata que me sobressalta.

E não há razão para chorar sozinho,
E nem para sorrir assim.,
Razão há, para sentir-me passarinho,
Remontando em galhos, as sombras de mim.



Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 26/06/2010
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T2342041
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