Opressão
Opressão
Delasnieve Daspet
.
Enclasurei-me.
Escrevo de um quarto com uma única porta,
Meu olhar – gradeado como janela de presídio,
Com ar úmido e mofado...
.
Tenho frio.
Meus dentes se entrechocam de nervosismo...
Será de medo ou de solidão?
.
Meus dedos endurecidos
Já não são ágeis...
E o horizonte azul é apenas
Uma nesga de atmosfera.
.
Já não existem flores.
Nem bando de aves,
E as horas tomam conta da vida.
.
Ainda não enlouqueci...
Penso, reflito profundamente...
Recordo até as brincadeiras de minha meninice...
As ingratidões, sinto-as no coração,
Como emoções e saudades doloridas.
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Uma nuvem rubra de sangue
Perpassa meus sentidos...
Me aflige o que contemplo,
Morre o corpo de barro e de limo.
O corpo de argila, cálcio, ferro e hidrogênio,
Retorna ao seio da terra.
DD _ Campo Grande-MS – 03-02-1010
( Da série – Ausências...)