Além Odisséia

A escrita é o meu corpo invertebrado -Domitila Belém

Rasguei os meus versos antigos

Eram sim.Eram lindos

Mas receberam o frio

Que as noites doam aos mendigos

Rasguei o apego às posições

Por que sou invertebrada

Sem dobras de articulações

Sem joelhos recaídos

Sem movimento em vai e vem

E ainda não entendo...

A saudade de ninguém

Ninguém é o descaso de Ulisses

Um naufrágio além Odisséia

É sem boca

É sem kisses

É o grito do cego ciclope

Nenhuma para cada serpente medusa

É o rosto às escuras

O coração iludido

No jogo do usa e me abusa

Rasguei os meus versos antigos

Mas em versos novos eu voltei