SAUDADE DA ROÇA

Que saudade do ar puro lá da roça

Do coqueiral, do bambual e da palhoça

Pegar no sono ao som das águas da cascata

E do alarido dos pássaros lá da mata;

Pudera eu rever agora aquelas terras

Saborear os doces frutos do teu chão

Embrenhar-me pelo verde de tuas matas

Tocar viola sob o luar do sertão.

Minha vontade é sair correndo agora

Sentir a brisa que afaga o canavial

Trocar o cinza pelo azul daquele céu

E pelo tom verde do eucaliptal;

Não fosse toda essa distância que separa

Esta cidade daquelas tão verdes matas

Correria para lá neste momento

Para apreciar as belezas da minha terra.

Em noite alta aquele céu é só estrelas

Além da lua ricamente prateada

Que evidencia a silhueta das montanhas

E reflete o seu clarão lá na estrada;

E nessa hora os violeiros reunidos

Vão alternando suas modas de viola

Chorando mágoas, lembrando velhos amores

Dedilhando a melodia que os consola.

Por tudo isso é que o meu grande desejo

É não morrer sem voltar para a minha roça

Sem rever os meus amigos e a viola

As verdes serras, o coqueiral e a palhoça.

Lourdes Cúrcio
Enviado por Lourdes Cúrcio em 11/06/2010
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