QUANDO CRIANÇA







Só o que me fez feliz;

ficar olhando os ninhos dos pássaros,

depois vê-los a navegar no ar do céu...



areias, sol.

e minha casa, tangível

sabor possante de um austero aconchego.



e vinham os barcos; prata,

planícies onduladas

no anel transparente

dos lagos, aqui, fui a laringe e o cérebro dos peixes

e no aquário dos jardins os gravetos do girassol


aos quinze; (fui sim)

coroinha – é - ajudante

adjacente da caverna de Deus.

amizades, e mãos cheias

de juventudes.


e com meus dezoitos; atropelei-me

nos verbos incultos de um oceano impenetrável.

penei, uma penalidade feroz

que numa irrevogável cruz

não deixei o sol morrer sozinho.



tenho saudade; (sim) tenho

saudade de certa prospecção infecunda.

quando lembro, um nódulo cego

corta-me a garganta.




ALBERTO ARAÚJO
Enviado por ALBERTO ARAÚJO em 11/06/2010
Código do texto: T2313070
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