Saudades do Pererê.
Quando a solidão, esta madrasta
Mais que cruel, pois abelha sem mel.
Minha alma emplastra, acorrenta – devasta.
Fujo sem mais demora, a saudade me arrasta
Prás matas do Gurupá.
Lá – só a caipora
E os deuses rupestres, desse mundo silvestre
Enchem-me de pavor! Brincando de assustar.
Aqui nestes páramos, de concreto moldado
Meu ser – menino assustado – se perde, incontinenti.
Não traduz sua língua... nem entende sua gente.
Debalde pergunta, olhando pro teto; inquieto. – O que há de errado?
Minha mente caminhou ligeira para me levar de volta ao tapete de folhas da fazenda de minha mãe, conversar com os espíritos da mata e comer fruta no pé, afastando o medo e a incompreensão das atitudes dessa gente carrancuda, que não sei bem o que procura neste mundo todo virado de cabeça prá baixo.
Vale do Paraíba, Novembro de 2008
João Bosco