Cores de um tempo chamado saudade
Coisa que o tempo carrega,
A juventude pelos galopes brancos da ilusão,
Os amores encerrados entre cortinas cerradas,
Palavras em bocas já cercadas pelas marcas.
Coisas que o tempo leva,
No dorso dos calendários,
Vindo antes em mesmos cenários,
Em florestas verdes,
Lagos azuis,
Noites negras,
Peles castanhas,
Olhos de mel, tez em cereja
Entre as amigas parábolas,
Na cortesia das ações.
Bagagem de emoções,
Festejando as portas do bazar,
Preces retidas sob o altar;
Coisas que o tempo descobre,
Que a neve branca encobre,
Pelos cabelos no rosto,
Fim da juventude.
Entre tantas coisas levadas
Aquela de tantas é legada
Ficam as saudades
Constantes passeios na mente,
Desenrolam fitas coloridas,
Desabrocham imagens que vicejam,
O ontem presente agora
Na flor que se abre, no abraço que volta,
No beijo que ficou, no olhar que é vida,
Sem estar vivendo o que viveu.