NÁUFRAGO DE MIM...

Sinto

O sol que arde;

Não sei se é cedo,

Não sei se é tarde.

Tenho fome,

Há tantos peixes,

Não tenho rede;

Há tanta água,

São minhas lágrimas,

E eu... Com sede.

Plana meu barco,

Escravo das ondas,

Olhos pras águas,

Olho pro céu... Rezo,

Mas, temo;

Estou sem força,

Perdi meus remos.

Sinto,

Do amor, a dor;

O espinho da flor,

Do teu carinho,

Ainda, o calor.

Sinto tonturas,

Da maresia, este revés;

Onde foi a terra,

Que sustentava,

Meus pobres pés?

Sinto, da terra firme,

O Cheiro da poeira,

Esta saudade;

Oh! Deus,

Daí me força...

Que eu atravesse

Esta tempestade.

Eu sigo,

Eu barco,

A esmo

Nesse mar sem fim;

Eu...

Náufrago de mim.

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 04/06/2010
Código do texto: T2300031
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