POESIA SEM NOME
Nem a noite perdulária
Que lança estrelas ao léu.
Pode ser mais perdulária
Do que esse menestrel.
Cantei versos, cantei prosas
Pra donzelas nos balcões.
Joguei beijos, joguei rosas,
Joguei fora corações...
Hoje sou farol sem lume
Numa ilha esquecida.
Sou um cravo sem perfume,
A montanha derruída.
A verga podre dum barco,
A vela rota no vento.
A vida riscando um arco
E sumindo atrás do tempo.
Ah! o amor queria agora
Pra matar essa saudade.
Onde andas O! senhora
Que meu peito fez maldade?
Os infortúnios da idade
Já me cobram grossas contas.
Não carregam piedade,
já não tenho as rédeas soltas...
Mas pensar O! tempo louco
Que me matas pela idade?
Pensar assim é bem pouco,
Morro mesmo é de saudade!
José Alberto Lopes®
SP.02/06/2010