VAZIO
(Sócrates Di Lima)
Pássaros transeuntes Silenciaram,,
A brisa já não mais traz aquele perfume aqui.,
As vozes das estrelas se amontoaram,
Numa torre de Babel onda nada mais compreendi.
As janelas de minha alma se fecharam,
Apenas ventos desorientados se chocam.,
De um lado a outro não mais se acharam,
Batendo á janela sem que as cortinas os tocam.
E quando o olhar vazio se espalha pelo céu,
A alma balbucia sonetos de explendor.,
Que mudos contemplam ao léu,
Aquilo que hoje ainda é amor.
Ai! Que a noite cai sem o seu véu,
A lua não mais nua se expõe.,
Seus reflexos no lago escuro dos meus olhos é fél,
Que umedece os lábios que aberto se põe.
E quando a madrugada fria,
O vento do medo congela folhas.,
A alma orvalhada arrepia.,
E se esconde no berço de suas bolhas.
E lá fora um banco vazio aos poucos congela,
Com a neve sutilmente o encobrindo.,
Tem o mesmo tom que o meu coração revela,
Um vazio estrondoso de uma ferida se abrindo.
Ah! que o vazio de uma alma não se recupera,
Pois, vazio se torna o coração sozinho.,
E não adianta a mais longa espera,
Já que vazio e desfeito ficou o ninho.