DIVAGANDO
(Sócrates Di Lima)
Surge no azul celeste uma ave branca,
No olhar sereno,
Um suspiro arranca,
É o meu semblante moreno.
Um espelho solto no universo,
Um coração cantado em verso de caridade.,
Há no olhar do sol o reverso,
De um fitar de Lua sem se conter da saudade.
E quando olhando o céu se misturando,
Nuvens e pássaros que se perdem.,
Na beleza de um dia sorrindo,
Sem pensar na saudade de que padecem.
Não há mais o tom azul de um céu de tarde,
Nem a prosa ou encanto de um sorriso largo.,
Há no meu olhar um misto de saudade,
Talvez do cântico que voou num trago.
E quando abro a porta das minhas lembranças,
Deparo com a minha própria intolerância.,
Reencontrando-me nos olhos de crianças,
Que são parte de minha alma de tanta importância.
Carrego meus sonhos na minha saudade,
Um amor que nunca passa.,
Manhãs que me tolhem a felicidade,
De manter vivo o amor que me abraça.
Não me importo com a minha intempestividade,
Porque nela reside minha personalidade,
Se ainda amo, neste meu amor de permissividade,
Em estar á espera da minha vontade.