A DANÇA DO FUSO
A DANÇA DO FUSO
A TIA FLORINDA RODAVA O FUSO
E EU QUE NÃO ERA INTRUSO
FICAVA OLHANDO À DISTÂNCIA
MATUTANDO AQUI NA TELHA
ELA LAVAVA A LÃ DA OVELHA
LEMBRANÇAS DE MINHA INFÂNCIA
DEPOIS DA LÃ LAVADA
ELA A DEIXAVA ESPARRAMADA
NA CERCA DO PARAPEITO
TINHA UMA GERINGONÇA DE CARDAR
QUE DAVA GOSTO DE SE OLHAR
FICAVA O SERVIÇO BEM FEITO
ENCHIAM UM BALAIO DE LÃ
ONDE TODA A SANTA MANHÃ
O FUSO ENTRAVA NA DANÇA
E TUDO SE TRANSFORMAVA EM FIO
AS ÁGUAS MURAVAM NO RIO
ERA UM REMANSO DE ÁGUA MANSA
DEPOIS ERA A VEZ DOS TEARES
AVIÕES CRUSAVAM OS ARES
ENTRE BRASIL E ARGENTINA
MILHOS BONECANDO EM FLORES
BACHEIROS E COBERTORES
E CUXUNILHOS DE SÃ FINA
VESTIA A ROUPA DE GALA
E POR CIMA UM BOM PALA
QUE FICAVA A COISA MAIS LINDA
O VERDADEIRO ARTESANATO
QUE HOJE EU FAÇO ESSE RELADO
DA GUERREIRA TIA FLORINDA.
ESCRITO EM 31/05/2010 POR
VAINER DE ÁVILA