Retalhos.
Pobre alma, colcha de retalhos és...
Pobre alma, do passado
guardas um ecoar de risos
em espaços vazios de alegria...
Alma eterna, da dor é companheira...
Acostumou a dor ser...
Guardiã de lembranças,
feito mel a escorrer pela boca da criança
que cresceu...
Tecendo ilusões
de ouvir conversas e sussurros infantis,
ecoando em quartos e corredores
escuros e frios...
Buscas unir os retalhos.
À deriva da vida,
recolhes as migalhas
de vinhos e da pouca comida que sobrou.
Anima-te! Com fios de sutil esperança e
sem trégua,
nas noites eternas
e madrugadas insones,
tecerás mais uma vez
a tua colcha de retalhos...
Com o brilho de lágrimas
renovadas...
nos retalhos alinhavados.