Saudade

Adeus meu São Bento querido

onde meus avós me acolhiam,

parece que tu nunca tiveste existido.

Nunca imaginei que um dia seria assim:

sinais dos poços perfurados

invadidos pelo capim.

Foi onde passei a menor idade,

encanto de minha infância.

Agora te fizestes saudade.

Existia um canto alegre somente,

agora ouço um canto triste

que mora na minha mente.

Lá me apeio, meus pés beijam o chão.

Perco minhas forças, a tristeza me ronda.

Começo a sentir as batidas do coração.

Hoje a solidão fez morada,

tão lindo que você era.

De ti não existe mais nada.

Adeus porteira velha da invernada.

Por que te esqueceste de mim?

Adeus meu chimarrão da madrugada.

Comigo levo esta ausência dolorida,

nunca consegui te esquecer

nos caminhos de minha vida.

Minha querida vovó...

O destino quis assim.

Quero enxugar minhas lágrimas

no teu avental de brim.

Helmuth da Rocha
Enviado por Helmuth da Rocha em 29/05/2010
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