Do alto da serra
Quando passo por esta serra
No sopé desta serra encerrava um casebre branco
Posso ver as janelas de duas tábuas cor amarela
Da chaminé a fumaça, dá vida ensejando delicias.
Quando criança olhos ansiosos perdidos nas panelas
Na frente o terreiro, varrido com folhas de Alecrim.
Um caminho lateral estreito levava até a bica
Da serra vinha água pura natural em tubos de bambu
A frente uma porteira de mourão resistente
Naquele mourão talhei, datei gravei meu nome.
O tempo, a natureza, o homem derrubou.
Hoje passando por esta serra com olhos de saudade
Sinto o ranger da porteira o cheiro das panelas
Na lembrança a casinha branca com sua fumaça
Da cerca de arame flores de cipó de São João
O mourão já não geme nas pancadas da porteira
Já não há mais porteira, apenas devastação.
Já não tem mais menino feliz a correr a abrir.
O menino cresceu com pés no mundo sumiu.
Toninhobira.
24/05/2010