Desabrochar

Talvez, sim talvez,

Entre harpas, corais,

Fazendo do azul, do meu,

Daquele lampejo fruitivo,

Seu único e definitivo,

Seu estado hipotético,

De estar, de conceber a ida,

A despedida sem festas,

No interior das serestas.

E agora vens palpitar,

Passear nas pautas,

Acompanhar minhas mãos,

Rebuscar hoje também interiores,

Desapercebidamente vazios, sem amores.

Não ditas, não conclamas,

Pelo silêncio te calas,

Não profanas.

Mas, te rabisco deitada,

Rasgada, nua, límpida, pura,

Na telúrica candura dos anjos,

Estás veemente entre as luminárias,

Trocando tulipas, festejando palmas,

Entre as minhas estás,

Entre as tuas estarei,

Fascinando as hipóteses,

Debruçado e alguma mão,

Com açúcar aflorando meus versos.