SEM TEMPO
 
 
O tempo desfez os sonhos
e o amor se perdeu no
esquecimento.
 
Ilusões desfolhadas,
esvaindo-se pelo frio chão
quais pétalas de rosas,
em época de fria aragem.
 
A mágoa sufocou a dor,
a saudade dominou a coragem.
As fantasias se perderam
 na triste realidade
e a solidão ganhou força e cor.
 
As lágrimas secaram,
 desejos murcharam...
Mãos repletas de carinho,
mas sem ter quem tocar.
 
O corpo, sem o viço do amor
começa a secar.
Meus beijos adormeceram
em sua boca
e sua ausência tragou
minhas palavras,
nas entranhas do silêncio.
 
Hoje,  passos  lentos
e nem tento correr atrás
desse tempo,
pois sei que o que ele levou ,
num célere vem e vai,
perdeu-se nas asas
do ligeiro vento.
 
Sem  o advento,
 para conseguir novos
momentos,
vivo no ostracismo das sombras
do que fui,
num espaço silente,
numa espera que não flui,
por uma estação,
que bem sei
não volta atrás.
 
 
30/09/05

 
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 28/08/2006
Reeditado em 31/10/2009
Código do texto: T227552