SEM TEMPO
O tempo desfez os sonhos
e o amor se perdeu no
esquecimento.
Ilusões desfolhadas,
esvaindo-se pelo frio chão
quais pétalas de rosas,
em época de fria aragem.
A mágoa sufocou a dor,
a saudade dominou a coragem.
As fantasias se perderam
na triste realidade
e a solidão ganhou força e cor.
As lágrimas secaram,
desejos murcharam...
Mãos repletas de carinho,
mas sem ter quem tocar.
O corpo, sem o viço do amor
começa a secar.
Meus beijos adormeceram
em sua boca
e sua ausência tragou
minhas palavras,
nas entranhas do silêncio.
Hoje, passos lentos
e nem tento correr atrás
desse tempo,
pois sei que o que ele levou ,
num célere vem e vai,
perdeu-se nas asas
do ligeiro vento.
Sem o advento,
para conseguir novos
momentos,
vivo no ostracismo das sombras
do que fui,
num espaço silente,
numa espera que não flui,
por uma estação,
que bem sei
não volta atrás.
30/09/05