APENAS DOCES LEMBRANÇAS
APENAS DOCES LEMBRANÇAS
EM 19-05-2010
cmgtpoeta@yahoo.com.br - Poeta Cypriano Maribondo.
A dez dias dos meus cinqüenta e oito anos.
Minhas lembranças eu quero aqui contar.
Como fui feliz na minha infância e juventude.
La em João Pessoa, onde agente foi morar.
Hoje sozinho, em Natal, os meus pensamentos.
Sempre querem, para aquela época, me levar.
Tempos bons, que, eu era feliz, e não sabia.
São destas lembranças que hoje vou falar.
Morávamos na Avenida Carneiro da Cunha.
Numa casa enorme, que parecia não ter fim
Estava com sete anos, quando lá cheguei,
Acho que meu tamanho me fazia vê-la assim.
Era bem próxima da capela de São Gonçalo.
Todos os domingos a missa nos íamos assistir.
Papai mantinha o consultório, em nossa casa.
Onde atendia aos doentes, que fossem pedir.
Eu fui rebelde, durante a minha adolescência,
Não entendia bem, as broncas dos meus pais,
Sempre era do contra, em tempos nada fáceis.
As décadas de sessenta e setenta foram de mais.
Andava com uma turma que gostava da anarquia
Enfrentava, discutia, bebia, eu não queria mudar.
Meu pai, homem fiel, aos princípios da direita.
Jamais conseguiu meu modo de vida, aceitar.
Com meu jeito rebelde, e gosto pela boemia.
Consegui fazer meu pai, de mim, se afastar.
Deixei os estudos, num ato de pura rebeldia.
Sei que fiz mal, pois sempre gostei de estudar.
Tentei conseguir me livrar do serviço militar.
Pois a todos de farda, eu aprendera a odiar.
Mas meu pai, como médico, amigo de militares.
No exercito, conseguiu com facilidade me botar.
Foi no XV Regimento de Infantaria que fui servi.
Até foi bom, bem diferente daquilo que pensava.
Mesmo sendo no Governo do General Médici.
O tempo passou mais rápido do que esperava.
Nesta época conheci bem, a minha João Pessoa.
Seus encantos, suas noites, ai como eu brincava.
Das casas boemias, lá da Rua Maciel Pinheiro.
Até as festas, em Cabedelo, onde sempre estava.
Resolvi estudar, ninguém em mim, acreditava.
Na Universidade Federal da Paraíba eu entrei.
Comecei bem o meu curso superior de Direito.
Foi neste mesmo ano, em novembro que casei.
Com uma meiga menina que havia conhecido.
Nu grupo de jovens da igreja que eu freqüentava.
Como foi bom, até com meu pai, me reconciliei.
Mas logo depois, a universidade, eu abandonava.
Nesta época eu ja estava trabalhando no Banorte.
Pensava que toda minha vida eu já havia resolvido.
Vieram nossos filhos, duas perolas que ganhamos.
Com o desemprego, parecia que tudo, estava perdido.
Logo depois, minhas irmãs, me trouxeram para Natal.
Aqui nos ficamos, e transformamos a nossa vida.
Nosso casamento, aqui em Natal, teve o seu final.
Por isto hoje sozinho, recordo minha vida perdida.
Daqueles tantos anos em que fui feliz e não sabia.
Tempos que foram embora e que não voltam jamais.
Oh Deus! Como eu gostaria que aquele tempo voltasse,
Com a certeza que meus erros, eu não cometeria mais.
Apenas os acertos, e os tempos bons, fossem revistos.
Mesmo sabendo que e impossível eu poder reviver.
Por isto guardo no meu coração em forma de saudade.
Para poder quando quiser, em meus versos, descrever.