Perda e saudade
Pálidas faces de espanto,
olhos marejados do pranto,
ouve-se nenhuma voz de canto,
apenas de lamentos um manto.
E sofreriam sempre o mesmo tanto,
qualquer que fosse o tempo,
pois pra perda não tem consolo nem alento,
só um continuar de vida em meio ao tormento,
um vazio repentinamente trazido,
pobre lugar que será ocupado jamais,
e ao fim de cada ai, é corajoso pensar,
que existe ainda algum incentivador “mas”
para contradizer a tristeza e doar mais
um suspiro, um fôlego, algo que abasteça o pulmão
que incentive ainda a bater o lento e sofrido coração,
que motive a ter disposição em estender à mão.
E enfim, continuar apenas, sem consolação
com passos coxeando, sorrisos amarelos e e insossos,
vivendo, aprendendo, sentindo, tomando como insulto
os momentos de alegrias que nos fazem esquecer o choro...
Momentos que faz-nos sentir praticar leviandade,
lembrando-nos que por mais que sintamos vitórias e felicidade,
o sentimento que mais habita o ser ao todo, na verdade,
é o que tem efeito desesperador: a saudade.