Perda e saudade

Pálidas faces de espanto,

olhos marejados do pranto,

ouve-se nenhuma voz de canto,

apenas de lamentos um manto.

E sofreriam sempre o mesmo tanto,

qualquer que fosse o tempo,

pois pra perda não tem consolo nem alento,

só um continuar de vida em meio ao tormento,

um vazio repentinamente trazido,

pobre lugar que será ocupado jamais,

e ao fim de cada ai, é corajoso pensar,

que existe ainda algum incentivador “mas”

para contradizer a tristeza e doar mais

um suspiro, um fôlego, algo que abasteça o pulmão

que incentive ainda a bater o lento e sofrido coração,

que motive a ter disposição em estender à mão.

E enfim, continuar apenas, sem consolação

com passos coxeando, sorrisos amarelos e e insossos,

vivendo, aprendendo, sentindo, tomando como insulto

os momentos de alegrias que nos fazem esquecer o choro...

Momentos que faz-nos sentir praticar leviandade,

lembrando-nos que por mais que sintamos vitórias e felicidade,

o sentimento que mais habita o ser ao todo, na verdade,

é o que tem efeito desesperador: a saudade.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 17/05/2010
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