Eu te odeio

Meu ódio começa quando eu sei

que você sabe minha música predileta.

Reforça o quanto eu errei

diante da sua indireta.

Sinto raiva de você saber o que quero,

pois por mais que eu não volte atrás,

deixa bem claro seu esmero

quanto a não pestanejar jamais.

Chuta o passado e me gera fúria

a cada má sorte arremessada.

Em cada bar, testemunha de nossa mistura,

passo de novo e me lembro de você embriagada.

Você não sabe o quanto te odeio

quando vejo aquele velho filme.

Você não está por perto nesse rodeio

onde caio do touro, pois sem você não sou firme.

Essa porcaria de música arde no meu ouvido,

teimando em lembrar de você.

O engraçado é que o “stop” não é comprimido,

mesmo sabendo que ele basta para conter.

Eu não suporto mais sua existência,

pois está muito confundida com a minha.

Mesmo sem saber, desafia minha inteligência,

mas nem ao menos imagina que és minha.

Rafael S P Valle
Enviado por Rafael S P Valle em 13/05/2010
Reeditado em 08/12/2020
Código do texto: T2253958
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