Saudades

"Comer, beber, e amar... O resto não vale um níquel."-Byron

Saudades eu sentia,

Do teu amor, da tua alegria,

Sonhei tantas noites contigo

Vendo a tua pálida imagem,

Mas era em um ombro amigo

Que foi uma ilusão!Uma miragem...

Quantos sonhos!Eu tive e guardei

No peito cheio de vida e nobre amor

Em cada lágrima triste que chorei,

Senti meu espírito morrer em dor!

Embalde foram as lágrimas de ventura,

As dores de um amor em desespero

E nos meus olhos o brilho de ternura

A dor de existir em um insano pesadelo!...

Saudades eu sentia,

Do teu beijo, da tua fantasia,

Nas noites que a dor me consome

Em sangue derramei a minha vida

Na agonia de gritar o teu nome

No olhar melancólico de despedida!

Ah!Quem dera ver-te no sonho

Entre as visões dos meus róseos amores,

Seria eu um libertino risonho

Que morreria entre os círios e flores!

Vem se tens pena- deste pobre mancebo,

A andar sob os raios prateados da lua

Mas a minha pobre sina é morrer cedo!...

Sem ver essa sua virgem face nua...

Saudades eu sentia,

Dos teus suspiros e da melodia,

De teus lábios que arfavam no prazer

Que conduzia minha alma para o paraíso,

Mas Deus me deu no momento leve doer

A apagar-me nas faces meu triste sorriso

Pobre de mim!-Que sonhei a noitinha

No rubor de minha face libertina

Sentir a tua macia mão entre a minha

E o seu pranto inocente de menina...

Ilusão! -Foi esta maldita vida que vivi,

Sonhando com este anjo de formosura.

Foi por ela! Que na solidão eu parti

Esperando descer para a sepultura!

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 11/05/2010
Código do texto: T2249629
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