Abraça-me...
Mansa e intensamente,
Que a noite passa e se vai para sempre
E se perderá em doces lembranças,
Que serão tão distantes amanhã...
E ao amanhecer restará nosso olhar perdido
Na imensidão do alvorecer que tudo inunda.
O gosto do saciado desejo em nossa pele,
Como uma cicatriz...
Há de soar uma leve brisa
E de cantar a fúria de vendavais.
Há de nos surpreender o dia que nasce,
Quando ainda não deixamos de querer mais
E se não morremos de amor, foi por um triz.
Abraça-me...
Intensa e mansamente,
Que a noite é nossa e é para sempre,
Alimentando o fogo dessas esperanças
De ainda estarmos tão próximos amanhã...
E ao amanhecer nossos olhares perdidos
Haverão de se encontrar no cais.
Nesse alvorecer inundado de imensidão,
No gosto de nossa pele o desejo saciado,
Marcado numa ferida acesa de sentimento,
De que temos só essa cicatriz...
Abraça-me na fúria desses vendavais,
Não nos surpreenderá o dia que nasce,
Nem nunca deixaremos de querer mais.
Abraça-me nesse instante,
Que ele é assim tão fugaz,
Intenso e eterno de serenidade,
Tão perto e distante de ser feliz,
Sereno e tão pleno de felicidade,
Porque se não nos perdemos foi por um triz...


(Poesia On Line, em 07/05/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 07/05/2010
Reeditado em 08/08/2021
Código do texto: T2241764
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