Saudade da lua
Tere Penhabe

É realmente muito triste,
uma rua escura, sem lua, sem nada...
um violão doente, encostado na calçada...
sem assunto pra tocar, sem namorados.
Meu Deus, que saudade daquele tempo
tantas histórias levadas pelo vento
sem nem uma chance de voltar,
ser de novo, uma rua com luar...
casais de mãos dadas
olhares perdidos, corações a palpitar.
Ah que saudade da minha rua, um dia
do violão, da algazarra que a gente vivia
cantando de porta em porta
fazendo serenata nas horas mortas,
para almas infelizes e carentes
que abriam a janela, sempre com alegria
querendo ver quem era aquela gente,
tão louca mas sempre tão contente
que cantava pelas madrugadas...
Parceiros da lua, companheiros da noite
às vezes mais bonita, especial
emprestando um jeitinho angelical
para as nossas serenatas...
Que triste saber que agora
não há mais lua, nem violão
tudo parou, e está quase parando
até o meu coração...

Santos, 20.06.2004_21:44 hs
OBS.: poema inspirado no texto do escritor
Guido Piva: A lua triste da rua escura.