SAUDADES DA MINHA INFANCIA SOB A LUZ DA CANDEIA

Quantas saudades da luz de candeia,

Pendurada lá no alto perto da telha,

Iluminava o necessário naquela sala e cozinha,

Onde se conversava e contava histórias.

Quantos sorrisos puros em rostos felizes,

Vivia-se com pouco e tristeza não tinha,

O vovô sempre com tantas histórias para contar,

Ficávamos atentos, sempre à noite era a melhor hora,

Não gostávamos muito de sentar à mesa,

Sentávamos no chão em rodas e ouvia-o falar.

Aquela luzinha pálida clareava bem as mentes,

Quantas imaginações inspiravam a gente!

Vovô sabia poesia, era contista e músico e nunca estudou,

Não tinha livros lá no campo pra ler,

Mas vovô sabia tudo de fantasma, de bruxas,

Tinha contos tristes, tudo ele sabia dizer.

Também conhecia bem a vida...

Era tão bom lá naquele mato de pureza,

Muitas vezes perguntei cheia de medo,

Porque criança tem que crescer?

Guardava as respostas em silêncio,

Com os olhos cheios de água, coração apertado,

Deitava e dormia. Que medo de crescer eu tinha!

Sentia que ser adulto não era tão divertido,

E meus pais e avós me falavam,

Muita coisa ia mudar e eles não iam ver,

Mas nós crianças precisava estudar,

Para poder saber se virar.

Se eu pudesse, voltaria ao que era antes.

Saudades da infância querida!

NATIVA
Enviado por NATIVA em 02/05/2010
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