BALANÇO

BALANÇO

Paulo Gondim

01/05/2010 (1h07)

Não que eu me dê por vencido

Embora o cansaço já se faça à vista

O tempo já não corre tanto, parece mais lento

A pressa de viver, agora, nem reclama

Até posso acordar mais tarde!

Um ganho. Acordar mais tarde.

Uma conquista que desperta o sono de muita gente

Tão simples, tão insignificante, mas perseguida.

Aos pouco, inicio uma prestação de contas

Uso meus conhecimentos de contabilidade

E entre lucros e perdas, o balanço não bate

Há apenas um lucro presumido

Pouco guardado e pouco a ser lembrado

Um por cento, talvez, seja meu ganho.

Na conversão de valores, pouco me sobrou

Uns sorrisos amarelos, algumas desculpas

E lá longe, um pedido de perdão...

Mas guardo comigo, da parte que soneguei

Um momento de paixão, intenso, embora breve

Que me vale como aposentadoria

Foram os beijos com sabor de cigarro

Apesar de minha aversão pelo fumo

Mas esse gosto não sai de minha boca