Um corpo com saudade*
Torcido está meu coração
Garras de águia o feriu, agora lateja...
Mas aprisionado, abafado, não pode nem sangrar!
Está inflado, inflamado, contaminado de dor.
Um nó tampa minha garganta!
Prende o grito de 'socorro'.
Prende em mim a respiração...
O ar entra espremido, comprimindo veias...
Sufoca, mata, aflição!
Meus olhos ardem, querem chorar...
Mas, avermelhados de toda uma noite em cláro,
Olhando o escuro sagrado do corpo desfalecido
Teima em barrar as águas como uma represa pronta a explodir!
Minhas mãos tremulas
Perderam a coordenação...
Minhas pernas, o equilibrio...
Deitada na cama, somente o lençol seguro...
Somente ao travesseiro encosto...
Não levanto-me, não tenho porquê.
Meu cérebro é um colapso!
Neuronios param, outros correm a toda velocidade
Atropelam os demais...
Sem reação que os segure, sem força que os levantem...
Permanecem nesse tráfego voraz!
E o que resta de mim
É apenas um corpo vazio
Uma boca calada
Uma lembrança relembrada
Uma saudade sem fim
Vontade de morrer
vontade de renascer, mas sem forças...
Permaneço assim!
(26/04/2010)
(Sintomas de depressão, não queiram nem imaginar o quanto fui verdadeira em cada descrição)