Acordo e vejo a manhã fria e molhada. Os olhos doridos de uma noite em branco lembram-me que o meu corpo pesado me amarra à condição de que tento fugir.

Momentos há em que não sei quem sou, confesso.

Escondo-me, fecho-me, preencho-me apenas com o som das minhas palavras.

Vivo o silêncio quando o inferno das palavras ásperas queimam tudo o que tocam.

Quero compreender-me, quero saber quais as leis da vida a que estou presa.

Quero voltar a mim, lá bem fundo, e voltar a ouvir-me.
 
PINK