Com Exílio Com Colírio (À Maria Sem História)

Da guerra urbana de hoje

Talvez

Do mundo larbirinto de agora

Não haja senão

Vida após vida

Cidade após cidade

Tu e eu

Vc, abstração a Einstein

Estrela bumerangue. Teu cérebro

Espelho yin-yan do meu pensamento

Observa o que em mim

É conhecimento teu. Teu corpo

Hei de amá-lo e cuidá-lo

Mensageiro finito de meus presságios

Desatemos os nó-górdio que nos atam

Ao presente ao futuro ao passado

Uma cultura sem ontem, nem hoje ou amanhã

À empatia dos fortes sinonímia dos fracos

Da teogonia, vil metalfísica da maçã

Teu corpo

Hei de amá-lo

E de livrá-lo

Da hipófise ao dedão do pé

Do ranço das coisas findas

De toda mitologia que nele houver

Que nada sobre da nostalgia dos deuses

Da miséria dos heroísmos dos deuses

(Do Deus nos acuda)

Exceto enquanto história

Que o vento levou

O habitat do Olimpo, seus mitos exilados

As delícias das divindades felinas

Que fizeram a emoção da geração que passou

Que o fogo do agora transou em cinzas

A necrópole globalizada

Em todas as suas habitações ferinas

Seus zeróis zerados, suas fêmeas heroínas

Seus símios sapiens sádicos, cromagnon

Seus seios e feitiços de meninas

As torres gêmeas que a política externa

de globalização feroz do “tio” Sam derrubou

Muito mais que exauridas

Desapareçam, definitivamente vencidas

As maravilhas todas do mundo antigo

Da história cromagnon que passou

E então, somente então, o novo surgirá

Virá desse nada que restou

Ser descoberto, com a reivenção

Das coisas findas, da cultura que saltou

Do passado mais remoto

Aos dramas shakespeareanos de trágico amor

Suas personagens mais pré-históricas

Os heroísmo homéricos

Mesmerismos literários das culturas

Que por serem findas

A infância, a mocidade

Muito mais que lindas

Sua própria maturidade destronou

As coisas findas

Muito mais que lindas

Porque delas pouco, ou nada mais, restou

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/04/2010
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