A FALTA QUE ME FAZ!
Ai, Ai!...
Como sou agora o que não queria ser,
Um ser tão perdido nas lembranças...
Que falta me faz você,
Mulher baixinha de chinelos.
Queria pegar nas tuas mãos como antes
E ficar contando os pontinhos de sardas,
Nos teus braços cansados de cozinhar.
Você não me agrediu nem com palavras feias,
Mesmo quando eu estava fazendo artes,
Meu pedacinho do céu, minha adália.
Consigo sentir o cheiro dos seus cabelos neste
quarto, onde te vi e senti dar o último suspiro.
Deixe-me visitá-la um dia vovó,
Assim poderei dormir no seu colo
E nunca mais vou separá-la de mim,
Nem que seja ao menos em sonho.
Eu te amo, amo tanto...
Deus te abençoe querida!
Que os anjos te vistam
Com as roupas brancas da paz.
21/10/1992.
(Homenagem a Josefa Fagundes Cardoso)