Toque dos sinos, rituais, sagrações.
Finais de tarde, alvoroçar da aurora.
Pequenas cidades e seus jardins floridos.
Igreja na praça, já não é a religião,
Mas o costume, a tradição, o jeito de ser.
Sinos que avisam as horas dos dias,
E aí já são impulsionadores da agitação
Das horas que se atropelam, da falta de tempo,
Do coração apressado, das pernas lépidas,
Do corre-corre da vida contemporânea.
A pressa, neste caso, destrona o costume,
A tradição fica de lado, resta o rápido café.
Uma pausa que já começa com ‘até logo’.
Sinos que silenciam-se ante a indiferença,
Para depois surgirem boêmios nas madrugadas,
Transcendentais, como que evocassem as almas,
E estas esquecessem que não existiam,
E se fizessem presentes em coro musical,
No tilintar dos sinos do novo dia,
Onde tudo recomeça.